sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O ETERNO 23 DE NOVEMBRO DE 1981 JAMAIS SERÁ ESQUECIDO


Para festejar os 30 anos, narrarei a nossa gloriosa guerra contra o Cobreloa. Depois postarei fotos e se achar, o jogo na íntegra. No momento só o tenho aqui em DVD.
Devemos muito ao juiz Roque Cerullo pela partida impecável. O 1º dos 3 jogos, o 2 x 1 no Maracanã, já mostrara que nosso oponente era um time faltoso. O 2º nem se fala. Embora ele negue, todos dizem que Mario Soto, zagueiro e capitão chileno, jogou com uma pedra na mão. O ditador Pinochet até se assusta com as porradas, e pensa até em contratá-lo para torturador da ditadura. Num dos golpes, Lico sai com o supercílio aberto e fica fora do jogo 3. Assim, Carpegiani joga Adílio à ponta esquerda, Leandro para o lado de Andrade e Nei Dias fica entra na lateral. O Flamengo vai à cancha com: Raul; Nei Dias, Mozer, Marinho Junior; Leandro, Andrade e Zico; Adílio, Tita e Nunes.
Logo aos 2 minutos de jogo, Washington Olivera do Cobreloa comete falta em Nei Dias após tomar um corte na lateral direita. Tal falta já era a 2ª do Cobreloa e Cerullo ameaçou o jogador. Era visível a preocupação com a violência e em não perder controle do jogo. Na cobrança, o goleiro Wirth sai bem do gol, era nossa primeira chance. 1 minuto depois e o Cobreloa responde. Em falta praticamente do mesmo lugar que havia saído o gol chileno no jogo 2, Merello bate baixo e direto pro gol. Num chute que o batedor tenta fazer a bola quicar e enganar o goleiro. Mas Raul, sempre bem colocado, abaixa e tranquilo encaixa a bola. Na saída, o Flamengo inverte da esquerda à direita e toca até chegar ao Zico, que leva à linha de fundo e tenta tocar no meio pra Nunes, mas Wirth atento sai bem do gol. Queríamos jogo e impor nosso típico futebol envolvente.

Aos 5, Tita disputa bola com Alárcon, e Cerullo da o 1º amarelo, cumprindo sua ameaça. O jogo seguia faltoso, mas o Flamengo tocava melhor a bola pelo meio e pelas pontas, sendo duas vezes parados com faltas perto de área, uma Zico cobra na barreira e a outra é mal levantada na área. O Cobreloa apresentava dificuldade de ir muito além do meio, errando muitos passes e sendo frequentemente desarmado por Leandro numa noite que fez valer o jargão "craque joga em qualquer posição" (na minha opinião, Zico, Adílio, Leandro e Tita foram os melhores do jogo). Numa das raras vezes que a equipe chilena avança mais além, Mozer faz falta em Alarcón, perto da meia da lua. W. Olivera quase faz 1 x 0 na melhor chance do jogo até então, mas o chute passa rente a trave no canto direito de Raul. Fato curioso foi que ao cobrar o tiro de meta, Raul bate mal para fora e no escanteio, o Cobreloa vê 2 jogadores subirem, quando 1 levanta tonto devido a uma cabeçada no supercílio. Seria um castigo?

Na próxima ofensiva, eis que abrimos o placar. Em batida de lateral, Leandro arremessa para Andrade dominar e devolver. Aproveitando a chance de cair pela direita, Leandro segue até se ver marcado por W. Olivera e mais um, quando tenta o passe pra Zico que vinha sozinho na altura da meia lua. Mario Soto se antecipa e corta antes que a bola chegue; se o Cobreloa tinha Mario Soto pra interceptar o passe de Leandro, tínhamos Adílio que vem de trás e rouba/toca com a sola do pé para Zico. Marcado por 4, o Galo tenta devolver pra Brown na velha jogada do toca e passa. Outra vez, Mario Soto intercepta, mas quando tenta sair jogando se atrapalha com próprio companheiro, Adílio então vem de trás e dá para Andrade que acabava de chegar na briga, Tromba enxerga Zico quase na marca do pênalti e marcado, puxa para a canhota e toca pro Galinho, que se apoiando numa perna só, chutando meio desequilibrado numa batida que lembra um voleio, mete um chute forte e guarda a redonda na rede do inimigo. 1 x 0 Flamengo! Um gol com a cara do Flamengo, um gol com a cara da Libertadores, com a cara do jogo. A participação dos craques Leandro, Andrade, Adílio e Zico; a raça de Adílio e Andrade que chegam no lance pra brigar pela bola na raça; a técnica de Andrade, volante (e pensar que hoje a torcida idolatra Willians) destro e de visão apurada, que vê Zico sozinho e corta a pelota para a perna "ruim" tirando o marcador da jogada e acertando o passe; e por último, a alegria, a raça, a técnica de um Deus chamado Zico, que de 1ª, antes que a marcação chegue, acerta no canto esquerdo de Wirth um chute difícil, com raiva, aquela raiva boa que torna a gana pela vitória e pela glória ainda maiores.

Como é bom ver Zico alegre, sorrindo, correndo para abraçar e agradecer aos companheiros num gesto humilde que só um verdadeiro Deus tem. Imortalizamos na arquibancada o grito de "O Zico é nosso rei!". Que sacrilégio! Zico não é um mero rei, é o rei utópico que Thomas Morus cria em 'A Utopia': "Se um rei for tão desdenhado por seus súditos a ponto de ser obrigado a governar apenas por meio de maus tratos, pilhagem, confisco e pauperização de seu povo, melhor seria que renunciasse ao trono, uma vez que, nessas circunstâncias, embora possa manter a autoridade, não lhe resta mais a dignidade de um rei. Um rei não revela dignidade alguma quando exerce sua autoridade sobre mendigos, mas sim quando reina sobre súditos prósperos e felizes." O time utópico do Flamengo, possuía o rei utópico! Qual jogador assumiu a liderança em todos os clubes que passou, dando o exemplo e inspirando seus súditos na arquibancada e seus servos (garçons como chamamos no futebol) e amigos no campo? Sendo o 1º a chegar e último a sair dos treinos? Honrando o sangue preto e vermelho que corria nas veis e jamais decepcionando seu povo? Assumindo o papel de capitão e fazendo o time esquecer o feio rabisco do Cobreloa no Chile. Inspirando o Flamengo, a traçar no Uruguai, uma das mais belas obras de arte que o saudoso esporte bretão já viu? Se Thomas Morus tivesse visto o Flamengo de Zico jogar, sentiria orgulho ao ver que sua sociedade aconteceu entre 11 homens. Morus de certo morreu com um desgosto profundo, pois naquela época, faltava o Flamengo no mundo!

A partir daí o Flamengo passa a controlar o jogo como fizera no primeiro tempo da partida no Maracanã. 2 minutos depois do gol, quase amplia. Zico sofre falta, Junior bate quicando no canto direito de Wirth, que se atrapalha na hora de espalmá-la e segurá-la. Na retomada, os laranjas tentam sair pela esquerda, mas perdem a bola e Leandro mais uma vez tem oportunidade de cair pela sua posição original. O Peixe Frito leva a bola à linha de fundo, e caído tenta cruzar pra Nunes, Mario Soto intercepta, mas de novo se atrapalha pra dominar e num bate e rebate com Nunes, a bola sobra pra Zico chegar de trás mandando uma bomba. O balaço estoura na zaga e sobra pra Leandro cruzar de canhota (por isso implico com o Leo Moura perna cega) na medida para Adílio, que de cabeça manda ajeitando para o Galo uma bola açucarada, quase dentro da pequena área. Zico chega metendo uma porrada, mas sabe-se lá como, erra o gol.

O Cobreloa tentava jogar, mas suas ofensivas eram frustadas e o Flamengo com facilidade e sem faltas comandava o jogo. Em um contra ataque, que se inicia após Adílio e Zico recuperarem a bola, o neguinho prende na esquerda e toca para Leandro dar de prima pra Zico; o Galo lança Tita que avança segurando até Adílio passar na esquerda; marcado por dois, Brown ameaça dar no meio, mas em bela finta corre para a linha de fundo, ganhando os marcadores em sua diferenciada e consagrada e diferenciada corrida, e lança pra Zico que vinha correndo bater de primeira, e Wirth espalmar pra corner no susto. Junior bate na linha da pequena área e na saída ruim de Wirth, Tita chega antes e cabeceia pro gol vazio quase marcando o 2º. A pressão não parava e o Cobreloa continuava errando passes, e num deles, a bola próxima ao semicírculo central cai no pé de Zico, que rola de esquerda, cruzado para Nunes que vinha pela direita, o João Danado bate forte rasteiro, mas Wirth faz excelente defesa com o pé.

Passara-se mais da metade do 1º, e numa decida do Cobreloa, noutra tentativa de atravessar a bola, acontece o que o time mais poderia temer no momento. Não, não foi o 2º gol. Andrade intercepta dentro do semicírculo chileno e se livra logo dando a bola pra Zico, o Galo só dá uma levantadinha para Tita num passe que parecia futebol de areia e Tita de prima, pelo alto encontra Junior na esquerda; O Capacete faz uma linda matada com o peito do pé, dribla seu marcador girando em volta dele e tocando logo ao lado pra Tromba. Quando Andrade pega na bola vem o pesadelo pro time chileno. Em entrada criminosa na canela de Andrade, Alárcon é expulso e W. Olivera toma amarelo por reclamação. Na cobrança do tiro livre, Nunes manda quase rasteiro e Wirth faz mais uma boa defesa.

A pergunta agora era até quando o Cobreloa resistiria ao 2º gol, ou se diante da facilidade do Flamengo de controlar e envolver o inimigo com passes rápidos, se seria necessário continuar avançando. A resposta talvez tenha vindo no lance seguinte, onde a bola simplesmente passa no pé de 9 jogadores até Puebla acertar Adílio em entrada tão criminosa quanto a de Alárcon em Andrade. Sem capacidade de jogar futebol, aos poucos o time apelidado de Laranja Mecânica Chilena, perdia também a cabeça, e em breve perderia seus jogadores. Futebol bem diferente do da Holanda de Cruyff em 74. Talvez por medo de sem necessidade acabar com tudo antes dos 90 minutos (como fez Wright no Flamengo x Atlético-MG, em Goiânia), Cerullo dá apenas advertência verbal em Puebla e logo depois em Jimenez que deu forte carrinho de novo em Adílio em mais uma ofensiva pela esquerda.

Não sei se por desleixo, já que tudo indicava que a taça estava ganha, ou pra cadenciar e gastar o tempo, o Flamengo passa a trocar passes além da conta e a jogar menos pra frente. O princípio do boxe de Claudio Coutinho ficou meio de lado, seguimos um bom tempo sem socar o oponente. Os golpes menos carinhosos foram uma bola lançada por Nunes a Leandro (que com um a mais se sentia mais livre pra subir), onde o Wirth sai bem; e 1 chute do Zico da meia cancha que passa bem longe.

Se o Cobreloa estava vivendo um pesadelo, em breve ele voltaria a sonhar. Em um lance daqueles que o jogador só arrisca (pelo menos só deve) quando ta tudo as mil maravilhas e a confiança ta nas alturas, Tita aplica linda finta/corte e um drible que lembra uma caneta, deixando um rival passar direto pela bola. Irritado com a jogada, o lateral esquerdo Escobar parte pra cima de Tita e recebe amarelo. O Flamengo continuou com o jogo calmo, leve e fazendo a bola roda, mas após ver Capacete caído no chão brigando pela bola contra dois, Andrade chega chutando canela e toma o vermelho.

O jogo voltaria a pegar fogo. Será que agora com o Flamengo sem um jogador de meio, os chilenos conseguiriam trocar passe? O Flamengo estava nervoso e o Cobreloa faria o que fez no 2º jogo? Se o Cobreloa marcasse no final do 1º, como seria o 2º tempo? Uma jogada de ataque depois da expulsão e já viu-se um indício. Nei Dias cometeu uma falta na linha de fundo pelo lado esquerdo do Cobreloa, a bola foi levantada na área de 3 dedos, cheia de efeito e após Leandro dividir no alto, ela sobra quase na pequena área pra ser desviada de leve com apenas uma esticada de perna e se não é o Junior em cima da linha, o jogo ficaria 1 x 1. Daí pra frente, a situação do início havia mudado. Nervoso, passamos a errar passes e diversas vezes tentamos sem sucesso a ligação do campo defensivo direta para o ataque. Em contrapartida, resistimos a diferentes ofensivas. Uma bola lançada que Cerullo marca falta em Raul; uma arrancada de Jimenez onde ele dá um belo passe pelo alto, mas num lance de impedimento; e dois cruzamentos onde o Raul sai bem do gol. Sentindo o novo momento do jogo, Vicente Cantatore, o técnico argentino do Cobreloa, coloca o ponta Muñoz no lugar do jogador de marcação Paes. Ao mesmo tempo, Carpegiani pede que Leandro cole mais no Puebla. O tempo acaba com o jogo completamente indefinido e uma promessa de grande jogo pro 2º.
Parecia que o 2º tempo iniciaria como terminara o 1º, porque logo com 2 de jogo, em jogada pela direita inimiga, Mozer protege tirando a bola dentro da área de carrinho e sem querer acertando Raul. Aos 3, Zico chuta de fora longe do gol. Mas o Flamengo fechou bem o meio e o Cobreloa não encontrando facilidade de construir, apelou para chuveirinhos; o Flamengo não apelava da mesma forma e nada era construído. O tempo que Raul gastava toda vez que tinha a bola, mostrava que o Flamengo não era mais o mesmo do início do jogo. Aos 8, após bola lançada na área por Nei Dias, a defesa corta, e na sobra Zico domina e bate perto do gol, mas o juiz marca que Zico dominara com a mão. Aos 10, Tita parte em jogada pela direita e tenta o último toque para Nunes, mas a bola é cortada. No contra ataque o Cobreloa responde em chute pra fora de Jimenez e 7 minutos depois em um bom passe de Puebla que Nei Dias joga pra corner.

Quase metade do 2º passara e o cenário era de um jogo mais equilibrado, mas com o time laranja precisando ousar mais para não perder. Prova é que diversas vezes todo o time rubro-negro, com exceção de Nunes, é visto no campo de defesa pressionando o erro de passe inimigo. No meio disso, o pedido de Carpegiani foi para o time segurar mais o jogo e chegar com ofensivas demoradas. Mas após uma batida de tiro de meta, Zico pegou a bola pelo meio e deu a Adílio na esquerda, daí pra Tita, de novo pra Zico que um pouco antes da meia lua bateu uma bola forte quicando e venenosa que tocou na trave sem Wirth sequer vê-la. Zico assumia a responsabilidade de líder e procurava decidir o jogo. O resposta veio com chute na rede pelo lado de fora após bobeira da nossa zaga. Em falta do meio, a bola é lançada à área e ajeitada de cabeça pra W. Olivera bater forte na rede. No reinício do jogo, Cerullo ameaça amarelar Raul se houvesse outra demora.

O jogo seguiu com a marcação forte do Flamengo, em especial de Leandro, que fazia os chilenos terem que usar e abusar das bolas levantadas. Do outro lado a marcação era ainda maior e mais pesada, chegando a ocorrer muitas faltas e um amarelo para Puebla. Numa delas, Tita retoma rápido com Zico livre, o Galinho arranca carregando a bola à linha de fundo direita, quando tenta dar para Nunes na pequena área, mas Wirth faz excelente defesa/saída com o pé e mata a jogada. Se a Laranja Mecânica usava de passes longos, o rubro-negro ia nos chutes de longa distância ou em jogadas curtas que sempre passavam pelo pé de Zico. Uma dessas jogadas começou com Junior pressionando o contra ataque e Leandro roubando a bola após passe errado do chileno que Junior pressionava. O Peixe Frito dá a Tita na direita, Tita dá a Nei Dias que se aproxima da área e rola pra Zico, o Galinho de primeira toca de calcanhar para Nunes chegar livre batendo, mas Mario Soto se mete na frente e evita o que seria um golaço; no rebote do estouro, Nunes consegue apenas um toque fraco que sai pela linha de fundo sem oferecer grande perigo. Na tentativa de colocar a bola em jogo, Tita recebe um passe de presente do inimigo e manda uma porrada obrigando Wirth a espalmar com o peito para depois pegar. Pela 1ª vez no 2º tempo, víamos 3 ofensivas seguidas do mesmo time, e todas perigosas. O Flamengo reencontrara o jogo, seu mapa da mina e em breve faria 2 x 0, fechando o caixão do inimigo aniquilado na guerra.

O jogo seguia tenso e após chegar de carrinho para impedir uma jogada pela esquerda, Nei Dias toma amarelo. Mas o próximo ataque seria o golpe fatal. O soco que segundo a filosofia de Coutinho, levaria o inimigo à lona, nocauteando-o. Wirth tenta fazer a ligação direta com o campo de ataque, a bola é desviada de leve por um companheiro e na frente ela chega pra ser dividida com a zaga rubro-negra. Mozer chega antes na bola e corta a ofensiva inimigo tocando de primeira para Junior; Capacete domina com calma no peito do pé, corta um e cruza para que Zico que estava sozinho dentro do semicírculo central; o Galinho de cabeça acha Tita que domina, gira e acerta um lindo passe por cima da marcação para Adílio chegar cara a cara. Vendo que Adílio chegaria sozinho, restou a Wirth sair do gol e por a mão fora da área. Como diz a música: "É falta na entrada da área, advinha quem vai bater, é o camisa 10 da Gávea". Junior sai da bola, deixando para Zico, Wirth coloca a barreira protegendo seu canto direito, o Galinho dá só 3 passes, anda e coloca a bola no canto esquerdo, no contra pé de Wirth, numa batida que mesmo da meia lua, a bola passa por cima da barreira, mas consegue morrer em baixo. Flamengo 2 x 0! Flamengo campeão!
Zico corre e pula com os braços abertos, depois corre e pula socando o ar, no gesto imortalizado por Pelé. O gol do título, o gol da vitória não só do Flamengo, mas do futebol. A vitória épica da habilidade sobre a violência, do time que por mais tentador que fosse, resistiu a partir pra brigas e foi a campo com sangue nos olhos, determinado a vencer jogando bola. Como os versos da música imortalizada nos filmes de Rocky Balboa: "É o olho de tigre, é a emoção da luta; Crescendo ao nível do desafio do nosso rival; E o último sobrevivente conhecido persegue sua presa à noite; E olha para todos nós com o olho de tigre." "Cara a cara no meio da batalha; Mantendo-se firme, mantendo-se faminto; Eles criam dificuldades e ainda vamos à luta; Para vencer, com a habilidade de sobreviver." "Crescendo direto ao topo; Tive coragem, conquistei a glória; percorri um longo caminho, agora não vou parar;"! Jose San Martin, Simon Bolívar, Che Guevara, Fumanchu, Carlos Alberto, Cantarele, Chiquinho, Vitor, Rondinelli, Lico, Baroninho, Figueiredo, Carpegiani, Raul, Nei Dias, Mozer, Marinho, Junior Leandro, Andrade, Adílio, Tita, Nunes, Anselmo e ZICO... OS LIBERTADORES DA AMÉRICA!

Daí pra frente o Cobreloa foi com tudo pra cima, chegando a ter 3 boas chances. Uma em falta de bola levantada onde a zaga marcou bobeira, outro numa bicicleta após uma bola sobrada em uma batida de escanteio, e um chute pra fora de W. Olivera. O Flamengo em contrapartida esbarrou em impedimentos devido a grande ofensiva chilena, mas ainda assim teve excelente chance de fazer o 3º após jogada de Adílio e Junior pela linha de fundo esquerda, o Capacete deu passe pra Tita bater por cima do gol rente a trave.

Aos 43, um lance com cara de Libertadores. Anselmo, que já estava tentando entrar há muito tempo e não conseguia devido a problemas com o passaporte, finalmente conseguira, com a seguinte ordem de Carpegiani: "Entra lá e dá uma porrada no cara!". Segundo Anselmo: "Olhei para o lado, e ele achou que eu ia fazer alguma coisa, porque saiu de perto de mim. Aí teve uma falta, uma bola parada. Quando tocaram a bola rápido, ele estava atrás de mim e passou correndo. Quando passou correndo, senti que ia passar ao meu lado. Virei para trás e dei uma porrada nele". O engraçado é que depois da porrada o Anselmo foi expulso e retirado de campo pela polícia, ou pelos milicos, não sei o que eram. Mas o Cobreloa cria confusão com o juiz e tem 2 expulsos: Jimenez e Mario Soto. A ordem pro Anselmo dar a porrada nos deixaria com um a mais hahaha.

Cerullo ainda quis que o jogo voltasse e deu 2 minutos de acréscimos. Tempo suficiente pra numa bola lançada o Cobreloa quase marcar um gol de honra com Siviero, mas a bola passa rente a trave. Após um chute fraco de Puebla, facilmente defendido. O Flamengo joga para o campo do Cobreloa e quando este foi sair, Roque Cerullo apita o fim. O CLUBE MAIS APAIXONANTE E MAIOR DO MUNDO, ERA CAMPEÃO DO TORNEIO MAIS APAIXONANTE E MAIOR DO MUNDO!!!

"Uma vitória extraordinária. Nós ganhamos no campo, na bola, na raça, na pancada. E é assim que temos que provar que a nossa raça também é gente, é outro tipo de gente, raça rubro negra exatamente a raça brasileira, principalmente a raça brasileira. Eles tavam humilhando a gente lá em cima e nós provamos que nós temos o que eles tem e muito mais, e somos um dos maiores países da América do Sul" - dirigente do Flamengo após o jogo enquanto o time dava a volta olímpica

QUERO CANTAR AO MUNDO INTEIRO A ALEGRIA DE SER RUBRO NEGRO

QUEM UM DIA EXPERIMENTOU A EMOÇÃO DE SER FLAMENGO, NUNCA MAIS VAI VIVER OUTRA QUE SE EQUIPARE


Aprendemos a te amar
Desde a histórica luta
Quando o sol de tua bravura
Nos deu o dom de ganhar


Teu pé fonte de emoção
Sobre a história dispara
Quando toda a nação
Celebra a maior das taças

Libertamos a América austral
Dominaremos o mundial
Mostraremos aos 4 cantos
O poder do nosso manto

Seguiremos adiante
Como junto a ti seguimos
E em devoção gritaremos
Para sempre Comandante

Teu amor a camisa
A história de amor mais bonita
Nos liderou a maior das vitórias
Morreremos coroados de glória

Aqui está a conquista
Do seu dedicado esforço 
Ao seu querido e agora libertado povo
Comandante Arthur Zico






















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