quarta-feira, 29 de junho de 2011

PARABÉNS JÚNIOR CAPACETE, O MAESTRO

"Eu acho que só você entrando em campo, fazendo um gol, dando uma volta olímpica, chorando no dia que perde que você sabe o quanto representa a camisa do Flamengo" - Júnior

          29 de junho de 1954, mais um rubro-negro ilustre veio ao mundo. Há exatos 57 anos, em João Pessoa, na Paraíba, nascia Leovegildo Lins da Gama Júnior, popularmente consagrado pela maior nação do futebol como Júnior Capacete, ou Maestro Júnior, o maior lateral esquerdo de todos os tempos.
Júnior é o jogador que mais vezes vestiu o manto sagrado, 874 vezes e ainda foi técnico do clube em duas oportunidades (93/94 e 97) somando mais 67 partidas com o manto e se levarmos em consideração que no ano de 2005 Júnior foi dirigente do clube, podemos somar as 70 partidas disputadas pelo Flamengo no ano. O que dá no total 874+67+70=1011 vezes representando o Mengão. Não é por menos que o craque declarou: "O Flamengo sempre será minha segunda casa e sua camisa, a segunda pele."
A carreira do Maestro dispensa comentários. A primeira chance veio quando Júnior chamou a atenção do treinador, Modesto Bria, que levou o mero mortal à Gávea de todos os deuses, para treiná-lo pra se tornar mais um deus. Júnior Estreou como profissional dia 6 de Novembro de 1974, no empate de 2 x 2 contra o Operário Várzea Grande-MT. No início, Júnior era lateral direito, mas atuava também no meio-de-campo.
Pouco após sua estreia no time principal, Júnior demonstrou todo seu talento. Nos dias 8 e 15 de Dezembro de 74, em partidas válidas pela final contra o América, Júnior deixou um gol em cada jogo, contribuindo para duas vitórias por 2 x 1 que ajudaram a render mais uma taça ao Flamengo. Júnior já começara se destacando entre craques como Zico, o Galinho de Quintino, Geraldo Assoviador e Doval, a flecha loira.
Anos depois, sob o comando de Cláudio Coutinho, Júnior passou a jogar improvisado na esquerda já que não era nada fácil escolher entre Júnior e Toninho Baiano e posteriormente entre Júnior e Leandro, peixe frito. Aí entrou a estrela de Júnior para confirmar a velha teoria do futebol: “craque joga em qualquer posição.” Nasceu assim o maior jogador da posição na história do futebol.
Júnior foi campeão carioca em 74, 78, 79, 79 Especial, 81 e 91. Campeão da Copa do Brasil em 90. Campeão da Libertadores em 81. Campeão Mundial em 81. Campeão Brasileiro em 1980, 1982, 1983, mas o título que lhe rendeu o apelido de Maestro Júnior veio em 1992. Os inimigos invejosos riam de nossa regular campanha. Mas uma sequencia boa foi o suficiente pra nos colocar entre os 8 primeiros, aí todo mundo já sabe como é o ritmo: “deixou chegar fudeu.” Eliminamos mais uma vez o vasco que já havia sido eliminado em 83 (na 3ª chance em 97 enfim a água mole em pedra dura tanto bateu até que furou). O Santos, eliminado em 82 e vice em 83 ficou na bronha de novo e o São Paulo nessa época ainda era time médio, em 82 também caiu fora quando estava no nosso grupo.
Deixando os três para trás pegamos na final o Botafogo, na época éramos fregueses do Botafogo em finais, eles ganharam o carioca de 68 em cima da a gente, aí ficaram no ócio por 21 anos, ficando difícil pro Mengão ganhar deles em uma final já que eles nem chegavam. Quando voltaram em 89 nos venceram de 1 x 0 com gol do Maurício (não reclamo de juiz, mas o lance é bom pra se lembrar quando um chorão falar que só ganhamos deles roubando, fica a dica). O Flamengo colocou a cachorrada sofrendo, que nem uma carrocinha, em dois shows de Júnior Capacete. 3 x 0 e 2 x 2, com direito a um em cada jogo, um deles um golaço de falta (mais uma vez um gol de falta numa final do Mengão), a um drible desconcertante que apagou dos registros o drible tomado pro Mendonça em 81, a um gol numa jogada de raça na qual Júnior chuta caindo e como vovo capitão da mulecada, a levantar mais uma taça.
Na carreira individual Júnior recebeu diversos prêmios como a bola de ouro da revista placar (elege o melhor do brasileiro) em 92; a bola de prata (o melhor da posição) em 80, 83, 84, 91, 92 (só Ceni tem mais que 5, também com 5 temos Zico e Renato Gaúcho); melhor jogador do italiano em 85 atuando pela fraca Torino; 3º melhor jogador sul americano em 81, atrás apenas de Zico em 1° e Maradona em 2°; lateral esquerdo do time das estrelas da Copa do Mundo de 82;  7º melhor jogador de futebol do mundo em 81; escolhido pela FIFA 100, lista que elegia os melhores da história.
Por tudo isso e muito mais, gostaria de dividir alguns materiais que integram a minha pequena coleção e dizer: OBRIGADO JÚNIOR!!!!!






“No Flamengo eu cheguei, cresci, lutei, aprendi, me sacrifiquei. Ali me formei como homem e profissional. Tive paciência, fui ajudado e ajudei, dentro e fora de campo. Vi o clube crescer, evoluir, ser exemplo e também vi o descaso, a falta de amor, a recessão e o declínio.

Fui jogador, treinador e dirigente. Vibrei, conquistei, sorri e chorei, perdi e ganhei. Fui injustiçado e idolatrado.

Já fui Careca, Cabeça, Copacabana, Capacete, maestro e Vovô Garoto.

Fiz amigos e pouquíssimos inimigos. Sorri vendo companheiros chegaram, mas também chorei vendo alguns indo embora. Discuti com jogadores, treinadores, preparadores, massagistas e até com o presidente. Como e sem razão.

Fui lateral, volante e meia. Joguei 10 minutos, depois 45, 90 e até 120 minutos num dia só. Fiz gol de direita, de esquerda, de falta e até de cabeça, de pênalti. De dentro e de fora da área. E para não faltar também fiz gol contra. Jamais tinha feito gol em final, mas de repente marquei dois numa única decisão.

Cometi pênaltis marcados e também não marcados. Falhei em gols dos adversários, mas salvei meu goleiro em cima da linha. Dei bicicleta a favor e contra meu próprio gol. Dei e levei soco, cotovelada, bico na canela e voadora. Levei pontos na boca, no supercílio, na cabeça. Mas ganhei muitos mais na tabela.

Fui responsável por muitas segundas feiras de alegria e, graças a Deus, por poucas de tristezas. Dei volta olímpica pelo mundo, no Maracanã, em Porto Alegre, em Montevidéu e, a mais importante, em Tóquio. Foi com Taça Guanabara, Campeonato Carioca, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Libertadores e Mundial.

E um dia também fui obrigado a jogar contra minha segunda pele. Ganhei grana, perdi grana e abri mão de grana. Fiz bons e maus contratos, processei e fiz acordos. Mas o melhor é que fiz dos meus filhos flamenguistas de coração. A minha mulher, claro, sempre foi.

Isso tudo é só pra dizer que:

‘Eu teria um desgosto profundo se faltasse o Flamengo no mundo’


Júnior”






















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