OBRIGADO PET

Dia 5 de Junho, Petkovic, o Pet, se despediu do nosso Mengão. Pensei então em fazer uma singela homenagem ao camisa 10 (depois 43) que chegou no mais querido do Brasil em 2000, contratado com o dinheiro ganho após a heróica Mercosul de 99 (diga-se de passagem nossa última taça internacional, há 12 anos, que saudades!). Em 2000, ainda jogando uns jogos como reserva, o europeu mais brasileiro do futebol aos poucos conquistou o carioca vestindo o manto rubro-negro. Ainda em 2000, após parceria com a ISL, o Flamengo trouxe Gamarra e Edílson. Infelizmente ficamos a uma vitória da segunda fase da João Havelange. Porém, em 2001 veio o carioca mais importante da nossa história, o do tetra-tricampeonato, todos os três títulos em cima do inimigo da colina, nosso eterno vice. Após a épica virada em cima dos vermes, Pet caia nas graças até dos mais corneteiros e era apontado pela torcida como o novo líder do esquadrão. Com a conquista, veio a vaga pra disputar a Copa dos Campeões. Tendo o Gringo como líder, voltamos 9 anos depois a ganhar um título nacional, com gol em cobrança de falta idêntica a da final do tri carioca e carimbamos o passaporte para a Libertadores 2002.

Prefiro não comentar os anos negros da carreira do gringo, dou assim um salto de 2002 para 2009, ano que Pet voltou ao Flamengo após acordo para diminuir a dívida do clube com ele. Lembro-me de Pet sendo “apresentado” durante partida de basquete no Tijuca Tenis Clube. Confesso que ignorei um pouco o ato, como poderia um jogador que não rendeu no Goiás e vivia no banco dos nossos maiores fregueses da gloriosa década 80, chegar no maior do mundo e acrescentar algo? Ao contrário da maioria dos brasileiros, não tenho memória curta e assumo tudo o que falei, Petkovic chegou e calou a minha boca. Na minha opinião ELE e ANDRADE (foi quem lhe deu a chance de jogar e soube levar a equipe na vaselina, ao invés de querer competir com jogador como muito técnico gosta) foram os heróis da maior virada que um campeonato pontos corridos já viu. O craque que já havia liderado um tri carioca 22 anos depois, um nacional 9 anos, agora liderava 17 anos depois a mais um título brasileiro e voltávamos a ser a equipe com mais conquistas, posto que foi nosso de 1983 a 2007 (nem sempre sozinho). Apesar de jogar com a camisa 43, Petkovic mostrou mais uma vez a mística camisa 10 da Gávea, cantada em prosa e verso pelo rubro-negro Jorge Ben Jor e que foi vestida por inúmeros craques como Zico, Dida e Doval. Petkovic é a cara do camisa 10 descrito por Jorge Ben Jor, afinal, são 57 gols (mais de um quarto de falta) marcados em 198 jogos (43 na primeira passagem e 14 na segunda), mais de 20 assistências, 4 gols olímpicos que lhe renderam o apelido de artilheiro do gol Olímpico e o funk é o Pet, é o Pet. Resumindo, mais de 100 gols do Flamengo passaram pelos pés de Petkovic. Como diz a música de Jorge Ben Jor:


É falta na entrada da área

Adivinha quem vai bater
É o camisa 10 da Gávea(2x)
Ele tem uma dinâmica física rica rítmica
Seus reflexos lúcidos
Lançamentos dribles desconcertantes
Chutes maliciosos são como flashes eletrizantes
Estufando a rede num possível gol de placa(2x)

Obrigado Pet, como homenagem, deixo aqui as fotos do seu jogo de despedida e em outro post os lances que consegui achar com gols e jogadas de Pet vestindo o manto sagrado (infelizmente faltam 10 gols, quem tiver, por favor, passe), fichas resumidas dos jogos e dos jogos da maior conquista da sua carreira, bem como o jogo na íntegra da final do carioca de 2001

Não aprendi português o suficiente para achar palavras para descrever a torcida do Flamengo. – Petkovic

 
FLAMENGO 1 x 1 CORINTHIANS

Engenhão, no Rio de Janeiro (5 de junho de 2011 (Domingo) 

GOLS: FLAMENGO: Renato Abreu, aos 39min do primeiro tempo 
CORINTHIANS: Willian, aos 18min do primeiro tempo

FLAMENGO: Felipe; Leonardo Moura, David Braz, Welinton e Egídio (Júnior César); Willians, Renato Abreu, Bottinelli e Petkovic (Negueba); Ronaldinho Gaúcho e Wanderley (Diego Maurício)
Técnico: Vanderlei Luxemburgo

CORINTHIANS: Julio Cesar; Weldinho, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Danilo (Morais) e Jorge Henrique (Emerson); Willian e Liedson (Edenílson)
Técnico: Tite

OBRIGADO PET!