quinta-feira, 25 de agosto de 2011

MAIS UM TABU QUEBRADO EM 2011


Mais um tabu quebrado! Esse ano vencemos o América no Giulite Coutinho, em Edson Passos, quebrando o nosso primeiro tabu no ano. Depois conseguimos vencer pela Sul Americana, agora por último vencemos o Atlético-PR na Arena pela 1ª vez, em 12 jogos eram 9 vitórias deles e 3 empates, com direito a jogos memoráveis: brasileiro de 2004, ganhávamos por 1 x 0 gol do Junior Baiano e eles marcaram 2 gols nos acréscimos; ano passado a gente jogava melhor e brincava de perder gol, e aos 37 do 2° eles marcam o gol da vitória em lance de escanteio Até que enfim acabou essa porra! Quem sabe não acontece que nem Santos x Flamengo na Vila Belmiro? Era uma merda ganhar lá, mas depois que vencemos em 2009 eles é que ainda não nos venceram.


Nem vou comentar muito do jogo. Foi show de horrores de todos os lados. Arbitragem, jogadores, gramado, torcida etc. Não prestou nada. Não era de se esperar nada do nosso time mesmo, jogando Angelim na esquerda e na direita Galhardo e depois Fierro; Bottinelli que continua de brincadeira e Fierro na criação. Fica difícil sair alguma coisa. Só foi bom porque deu um pouco mais de ritmo pros zagueiros. Em breve o Alex Silva será titular, disso ninguém tem dúvida e o Gustavo vai brigar, ainda quero ver mais pra afirmar alguma coisa, mas a primeira vista sou mais ele que os outros malas.

Viram o gol que o Jael perdeu? Haha! Na hora claro que fiquei puto, mas como ganhamos de qualquer jeito, foi bom! Assim a torcida não gritará Jael em qualquer erro do Deivid domingo. Não tem mais muito pra falar. O jogo tava fácil, só faltava alguém bom jogando. Quando o Ronaldinho foi aquecer, senti que poderíamos vencer lá pela primeira vez. Só não esperava gol de cabeça em lance de escanteio (geralmente ele que bate os escanteios). Pouco depois me entra o Wellington. Aí senti que poderíamos não vencer lá mais uma vez. Felizmente deu tudo certo.

Enfim, não tem nada pra falar, o post vai ficar pequeno mesmo. Vou deixar então aqui abaixo um texto do Carlos Drummond de Andrade. To com a cabeça no domingo. Vamos ganhar esses desgraçados e o Palmeiras vai enrabar o Corinthians. VAMOS FLAMENGO VAMOS SER CAMPEÕES



O torcedor

No jogo de decisão do campeonato, Eváglio torceu pelo Atlético Mineiro, não porque fosse atleticano ou mineiro, mas porque receava o carnaval nas ruas se o Flamengo vencesse. Visitava um amigo em bairro distante, nenhum dos dois tem carro, e ele previa que a volta seria problema.

O Flamengo triunfou, e Eváglio deixou de ser atleticano para detestar todos os clubes de futebol, que perturbam a vida urbana com suas vitórias. Saindo em busca de táxi inexistente, acabou se metendo num ônibus em que não cabia mais ninguém, e havia duas bandeiras rubro-negras para cada passageiro. E não eram bandeiras pequenas nem torcedores exaustos: estes pareciam terem guardado a capacidade de grito para depois da vitória.

Eváglio sentiu-se dentro do Maracanã, até mesmo dentro da bola chutada por 44 pés. A bola era ele, embora ninguém reparasse naquela esfera humana que ansiava por tornar a ser gente a caminho de casa.

Lembrando-se de que torcera pelo vencido, teve medo, para não dizer terror. Se lessem em seu íntimo o segredo, estava perdido. Mas todos cantavam, sambavam com alegria tão pura que ele próprio começou a sentir um pouco de Flamengo dentro de si. Era o canto? Eram braços e pernas falando além da boca? A emanação de entusiasmo o contagiava e transformava. Marcou com a cabeça o acompanhamento da música. Abriu os lábios, simulando cantar. Cantou. Ao dar fé de si, disputava à morena frenética a posse de uma bandeira. Queria enrolar-se no pano para exteriorizar o ser partidário que pulava em suas entranhas. A moça, em vez de ceder o troféu, abraçou-se com Eváglio e beijou-o na boca. Estava batizado, crismado e ungido: uma vez Flamengo, sempre Flamengo.

O pessoal desceu na Gávea, empurrando Eváglio para descer também e continuar a festa, mas Eváglio mora em Ipanema, e já com o pé no estribo se lembrou. Loucura continuar Flamengo a noite inteira à base de chope, caipirinha, batucada e o mais. Segurou firme na porta, gritou: "Eu volto, gente! Vou só trocar de roupa" e, não se sabe como, chegou intacto ao lar, já sem compromisso clubista.

(ANDRADE, Carlos Drummond. De conto em conto, v. 2. São Paulo: Ática, 2001.)

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